¡Sus documentos!
SEUS DOCUMENTOS!
Aconteceu-me de fazer uma pergunta no fim de um colóquio: que traço vocês têm em comum?
Responder mostrando a carteira de membro da ALI é a má resposta, uma vez que, precisamente,
a vida social da Associação é marcada pela preocupação em afirmar sua autonomia. Com certeza
esse já era o caso em torno de Freud, o que obriga as instâncias ditas oficiais, a IPA, a reagir com
um dogmatismo sem interesse.
Então, qual seria “o ser “do psicanalista a ser transmitido? Nós o reconhecemos, no entanto,
sem saber bem o que dizer a respeito, senão que essa carência é, talvez, justamente o que
caracteriza o psi: não há significante que o nomeie já que, precisamente, o infeliz discute todas
as nomeações.
Confessar que ele é assim o inomeável não agrada, evidentemente, ainda que essa falta suscite
muitas coisas, inclusive a preocupação de se fazer um nome.
Se fazer um nome sem pai nem mestre, que trabalho!
Pois a filiação espiritual com aquele que foi seu analista seria, por conta da facilidade,
desaconselhável.
O que resta?
Certamente há uma outra também que não tem nome e que, portanto, não existe: vocês a
reconheceram, é uma mulher.
A assimilação não parece abusiva quando se frequenta a “espécie”, termo delicado para
empregar aqui uma vez que ela não existe.
Se a frequentamos, porém, ele não parece absurdo.
Vocês veem o risco que estou correndo: vou acabar apanhando, o que volta a mostrar que, de
fato, o instrumento identificatório clássico estava conservado, só que escondido.
Em suma, voltaríamos à neurose. Era preciso dizê-lo!
Tem alguém para continuar esse romance?
Les responsables pour la traduction sont Eduardo Rocha, Monica Magalhães, Maria Idália de Góes, Simone Gryner e Marcelo J.de Moraes (cartel de traduction du Espaço-Oficina de Psicanálise)