SEUS PAPÉIS! (SUA IDENTIDADE!)
SEUS PAPÉIS! (SUA IDENTIDADE!)
Eu me fiz a pergunta no fim de um colóquio: qual é traço comum entre vocês?
Responder mostrando a carteira de membro da ALI é uma resposta ruim pois, precisamente, a vida social da ALI é marcada pelo cuidado em afirmar sua autonomia. Com certeza isso já acontecia em torno de Freud e isso obriga as instâncias oficiais, a IPA, a reagir por um dogmatismo sem interesse.
Então, qual seria “o ser “do psicanalista a transmitir? Entretanto isso se reconhece sem saber bem o que dizer, senão que esta carência é, talvez, justamente o que caracteriza o psi: não há significante que o nomeie pois, precisamente, o coitado discute todas as nomeações.
Confessar que ele é assim o inomeável não traz prazer, evidentemente, ainda que essa falta suscite muitas coisas, inclusive o cuidado de se fazer um nome.
Se fazer um nome sem pai, nem mestre, que tarefa!
Pois a filiação espiritual, aquela que é feita com seu analista, seria desaconselhada, por causa da facilidade.
O que resta então?
Certamente há uma outra também que não tem nome e então não existe: vocês a reconheceram, é uma mulher.
A assimilação não parece abusiva quando se frequenta a “espécie”, termo delicado para se empregar aqui pois ele não existe.
A frequentar, isso não me parece absurdo, entretanto.
Vocês veem o risco que eu corro: eu vou levar uma coça, o que mostra que, de fato, o instrumento identificatório clássico foi conservado, só que escondido.
Em suma, voltaríamos à neurose. É preciso dizer!
Há alguém para perseguir esse romance?