É EVIDENTE QUE EU SOU O MELHOR
É EVIDENTE QUE EU SOU O MELHOR
Um tratamento psi torna alguém melhor? O primeiro que tiver uma resposta que levante o dedo. Se ele quiser, certamente, ser o primeiro, ele continua a compartilhar os valores tradicionais e o tratamento não mudou nada, portanto para que serve ser o ‘primeiro’?
Ah, sim!! Para estar o mais próximo do ideal, ser o hors-concours, a não ser evidentemente que o tratamento permita experimentar que não há ideal, que ele é uma fantasia. Sendo assim o primeiro, estou o mais próximo disso que não existe, grande coisa.
Mas sejamos realistas. O primeiro, por tradição familiar, é o primogênito, aquele a quem é passada a tocha e que portanto esmaga os sucessores: é compreensível que eles fiquem insatisfeitos e que exijam que justiça lhes seja feita no campo de batalha.
O problema, e é exatamente o que o tratamento desvela, é que a delegação paterna em causa é ainda uma fantasia, de modo que o conceito “melhor” faz questão. Como reconhecê-lo?
Como eu sou o “melhor”, tenho o dever de informá-los. O “melhor” entre nós é aquele que expõe sistematicamente seu dito à análise do dizer que o anima.
- Inclusive para esse gênero de editorial?
- Necessariamente.
- Então, qual é o resultado de sua análise? O senhor quer bancar o cerra-fila?
-Eu gostaria sobretudo de combater a ideia de que eu estaria só.
Sem outro você não existe.
- Bem, até logo.
Les responsables pour la traduction sont Eduardo Rocha, Monica Magalhães, Maria Idália de Góes, Simone Gryner e Marcelo J.de Moraes (cartel de traduction du Espaço-Oficina de Psicanálise)