DEBRIEFING

MELMAN Charles
Date publication : 08/09/2021
Dossier : Traduction éditoriaux
Sous dossier : En portuguais

 

                           DEBRIEFING

A cada vez me surpreendo que o conteúdo da lição apresentada no Seminário não se aplique às modalidades da própria apresentação.

Exemplo trivial: "Só há sujeito da fala", diz a lição. Ora,  a apresentação exata, até mesmo brilhante, é um escrito lido com aplicação. Qual é o sujeito do escrito, e será que existe um? De onde se escreve o que se escreve? Qual é o autor? perguntava Foucault.

Será que o escrito tem a ver com a verdade, tormento da palavra, e se sim, como? Tenho vergonha de lembrar um b a ba, que me deixa abobado (baba), e enquanto nos reunimos em torno dos textos falados e sobre a primeira edição dos quais Lacan escreverá: "esses textos não são para ser lidos". São para ser o que, então?

Escutados, é claro, exceto que o escrito, manifestamente, deixa surdo. A quê? à vacuidade da palavra que a materialidade da letra e, portanto, um suposto sentido pode vir a suprimir. Todos nós sabemos o que estou lembrando, e como podemos celebrar um saber com a condição de que ele não se aplique?

É obviamente típico do neurótico, moderno além disso. Comemoramos antes de voltar, em paz, aos nossos pequenos afazeres. Eu amo papai, com a condição de que ele seja impotente.

Será esta a mensagem dos nossos Seminários? Obviamente, isso se faz à custa do tédio, condição obrigatória de qualquer homenagem. Ter algum prazer nisso seria contrário à festa da impotência. Claro, ela se torna também a minha, salvo que ela pode usar coisas para ser superada: álcool, drogas, jogos, gozo de órgãos e não mais do corpo, etc.

A inocência aparente dos nossos Seminários poderia ao menos ser instrutiva e é por isso que os parabéns aos que contribuíram não é sem incluir o voto de que eles façam parte do clube dos que sabem não mais ficar siderados pelo amor ao texto, como  se amaria uma Dama.

Ch. Melman
30 de agosto de 2021
Les responsables pour la traduction sont Eduardo Rocha, Monica Magalhães, Maria Idália de Góes, Simone Gryner e Marcelo J.de Moraes (cartel de traduction du Espaço-Oficina de Psicanálise)

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