A Futurologia?
A Futurologia?
A ditadura de Mao não tem sido amada, mas aprecia-se doravante aquela, barata e de qualidade, do consumismo, que a título de progresso geral, propaga Xi Jungping. E se seu êxito revela-se definitivamente superior àquele do capitalismo liberal ocidental o globo terá amanhã como bandeira aquela, vermelha mas doravante com lantejoulas, da China. O casaco barato substituído estritamente pela traje de Mao será assim emblemático de uma reconciliação feliz do homem com o sistema econômico, o próximo e seu ambiente. O mundo como uma vasta reserva de animais povoado por criaturas apaziguadas e ocupadas em pastar espaços organizados prefiguraria nosso futuro radiante.
Marcel Gauchet me dizia que o obstáculo ao expansionismo chinês era sua incapacidade para alimentar, com as artes do espetáculo, o imaginário dos futuros municipalistas. Acontece que eu li recentemente que a produção cinematográfica local era doravante superior àquela de Hollywood, por que duvidar-se-ia de suas capacidades de análise e de imitação?
Pode-se acreditar que nossos colegas que fazem regularmente viagem à China são, eles também, atentamente lá examinados para determinar esse suplemento psíquico que poderia servir de fundação pública à felicidade, a sugestão aí ajudando.
Esse resultado que evoco – a verdadeira submissão que ameaça – será o preço que pagará o ocidente por ter matado Freud. Soma que não parecerá negligenciável.