Sem cabeça?
Sem cabeça?
A questão do dia é saber quem ainda tem sua cabeça no lugar.
Certamente não a tem o pobre garoto robotizado enviado a decapitar o consciencioso professor de geografia. Enviado, uma vez que a escolha do alvo, da educação nacional, depende de uma plano estratégico supondo[1] o pensar tanque na manobra. Esta se prolongando com a decapitação dos fiéis de uma Igreja, de Nice sobretudo: é de nosso conhecimento que se entende nos fazer nos separarmos e que aqueles que querem lutar contra o separatismo se protejam de serem interpretados como se se tratasse de degola.
É exatamente o conselho que o Sr. Erdogan dá ao Presidente francês acusado de demência, mas tinha ele então a sua no lugar, ainda que sua astúcia por condenar o atentado contra a religião e isentar aquele contra a liberdade de pensar deixaria crer que alguns neurônios ainda tinham sido funcionais.
Redatores de Charlie Hebdo podem dizer sobre isso tanto publicando um desenho dizendo alguma coisa como “o profeta, meu c...”? Eles têm certamente por profissão recusar todo imperativo que não seja aquele do prazer, pelo viés de um grafismo bastante fálico, dito de outro modo, eles não derrogaram não colocando seu orgão no bloco de corte, o que lhes é cesurado.
Mas o conjunto vem em um contexto social onde cada um querendo fazer reconhecer sua cabeça (prática do Selfie), não é mais reconhecido naquela suscetível de validá-las, de tal maneira que são exatamente sem cabeças que, por falta de referente, hoje passeiam na rua.
E eu então, tenho a mínima garantia de me distinguir (perigosamente) tendo conservado a minha e sustentando-a face ao Grande Desmiolado que desde o Outro nos governa, exceto se considero que ao me deixar inspirar – expirar por essa Cabeça Mole – vem sob minha pluma a garantia de minha inteira responsabilidade, nenhum álibe como poderíamos dizer entre nós.
PS: Dolto teria intervindo: Hei, mamada ? É o seu si que tem sede etc.
Traduction faite par Letícia Fonsêca
[1] O conceito de think tank faz referência a uma instituição dedicada a produzir e difundir conhecimentos e estratégias sobre assuntos vitais – sejam eles políticos, econômicos ou científicos.