Culpar quem?

MELMAN Charles
Date publication : 09/04/2020
Dossier : Traduction éditoriaux
Sous dossier : En portuguais

 

Culpar quem?
 
Alguns dizem que há duas espécies de epidemia. Uma que se difunde pela internet e que faz, por exemplo uma multidão se reunir em torno de uma falsa novidade, às vezes até de uma verdadeira e que reclama vingança: na lanterna[1]! a cabeça na ponta de uma lança.... O outro que hoje faz a atualidade e é viral, mas compartilha traços com a primeira pela multiplicação das opiniões e ajuntamento na busca do culpado que, com o apoio da comissão de investigação, vai conhecer um momento difícil.
 
Vejam aí o engano da época: liberal, ela não sabe mais quem é seu mestre nem o que a causa. É assim que o mestre efetivo, o poder eleito, passa seu tempo a se desculpar, a se justificar, a prometer que ele fará melhor, a se apresentar como o melhor servidor de um eleitorado encolerizado. Enquanto que a multidão instituída em amante se dispersa em todas as direções para identificar a causa e seus remédios.
 
Na época da inteligência artificial, aquela do bom senso parece ter assim desaparecido. E a ciência, nossa referência suprema, parece desarmada uma vez que o vírus lembra que ele é capaz de adaptação, quer dizer de sofrer mutação, e pode anunciar outras formas por vir com a alteração climática. Parece que faltam máscaras enquanto o chinês, sinistro, e o americano, lamentável, fazem crer que nós estamos no Carnaval.
 
No momento em que o império chinês está a trabalhar para conquistar o planeta, um pequenino organismo lembra, conquistador, que ele pode por sua parte ganhar limpando-o de uma espécie ocupada em gozar sem respeito pela vida. A natureza que se mobiliza em nós, já mascarada bem antes do vírus pelo fog de Pequim, abre Freud na página da prevalência do instinto de morte. Ela lhe daria razão?
 
Ch. Melman
04.04.2020
 
Traduction faite par Leticia Fonsêca
[1] À la lanterne ! - exclamação utilizada na França durante a Revolução, por ocasião de execuções sumárias, fazendo-se dependurar as cabeças nos postes, nas luminárias das cidades.

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