A competição
Sabe-se que a competição fálica está no princípio do funcionamento dos grupos. Princípio esse que surgiu mesmo desde o início da psicanálise com “o protesto viril” de Adler.
O problema é que a análise mostra que se o desejo do sujeito (\$<>a) passa pelo papel da instância fálica na determinação erótica do objeto, o gozo desse último esbarra na castração que a dita instância impõe.
O gozo narcísico, em contrapartida, é encorajado a ser total e portanto totalitário, uma vez que proposto para a maior grande glória da dita instância – nesta ocasião totalizante, não mais castradora.
Se se reconhece que os psicanalistas não podem se reunir sob o signo, ordinário, da instância ordenadora da castração e portanto, também do recalque, porém não mais sob o signo do objeto a, forçosamente singular, o que então, grandes deuses, poderia reuni-los?
Ora, eles têm necessidade de uma “comunidade” para poder trocar, condição para que sua disciplina exista.
À luz do que foram, ou são, as sociedades psicanalíticas, incluindo aí a nossa naturalmente, o que dizer disso?
Ch. Melman-28.03.18
Tradução : Leticia Patriota